Festejo seguiram até dia 17 de agosto, no povoado de Bonfim, no Tocantins. Devoção e fé são captadas por lentes de fotógrafos.
O representante comercial Abenúbio dos Santos Ferreira, 31 anos, nasceu em Natividade, a 218 km de Palmas. Como um bom nativitano, é devoto do Senhor do Bonfim: “e muito”, diz ele. Há 15 anos, Abenúbio peregrina para o pequeno povoado do Bonfim em devoção ao santo. “Todo nativitano nasce com o dom da devoção.”
“Venho mesmo em devoção ao santo, pelas várias graças recebidas”, diz Ferreira, contando que, sempre faz o percurso de 22 km entre a cidade de Natividade e o povoado de Bonfim. Ele conta que, em 2003, teve um problema de depressão e foi curado. “Na época larguei faculdade, concurso. Me apeguei bastante a ele (Senhor do Bonfim) e fui curado.”
E nos Festejos do Bonfim, que começou na terça-feira (6) e segue até 17 de agosto, Ferreira diz que o momento de reviver sentimentos, que veem da infância.
“O sentimento volta em prol da devoção a ele [santo], que é muito grande. Não tem nativitano que não se envolve”, conta ele, que atualmente mora em Porto Nacional, mas já está em Natividade para participar dos festejos.
Imagens
Esse sentimento de devoção, de fé que fez com o que o fotógrafo e designer Glauber Matos, voltasse seus cliques para os acontecimentos dos festejos do Senhor do Bonfim. Em 2012, ele foi ao povoado fazer uma cobertura fotográfica de um candidato que visitaria a romaria. “Quando cheguei ao local não resisti em fotografar o evento. Entre um clique e outro registrava tudo que acontecia ao redor.”
Ele conta que tentou retratar o lado sacro, as emoções, preces, a fé, as promessas e os vendedores que acompanham o evento. “O olhar foi fotojornalístico, não quis mexer nas cenas para conseguir a maior realidade possível. Fui fotografando as pessoas, algumas interagiam e outras nem notaram que estavam sendo fotografadas. Achei isso importante, para não desviar o romeiro do objetivo para o qual tinha ido ao local.”
Senhor do Bonfim
sumia e aparecia milagrosamente em Natividade
Cerca de 150 fotos foram produzidas, entre elas, Matos diz que registrar o que imaginava, “pessoas andando pela estrada quase deserta pagando promessas e a emoção de famílias que talvez teriam conseguido alcançar o milagre tão esperado.”
No meio de tanta fé, o fotógrafo diz que o que mais o surpreendeu foi a quantidade de pessoas e a estrutura, que segundo ele muitas vezes é precária. “Mesmo não professando a mesma fé dos romeiros, não pude deixar de me impressionar com a devoção. É um prato cheio para qualquer fotográfo social, rostos que retratam muitas lutas e muitas histórias a contar. Pretendo voltar novamente e dessa vez me dedicar exclusivamente ao evento.”
Fonte: http://goo.gl/38EFVg
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